quarta-feira, 15 de setembro de 2010

sábado, 21 de agosto de 2010

ABPF: Indisciplina:quem são os culpados?


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Indisciplina:quem são os culpados?
por Francinete Barrozo - quarta, 14 abril 2010, 09:57
      Um dos grandes problemas que enfrentamos hoje no ambiente de aprendizagem está relacionado a indisciplina. De um lado, costumamos sempre ouvir queixas dos professores  que as crianças não aprendem por diversos fatores: por não terem limites, não conseguem parar e desta forma ouvir, são desmotivadas....Joga-se a responsabilidade para a família. Esta por sua vez, atribui vários fatores a indisciplina dos filhos  e devolvem a responsabilidade para a escola. A prova disso é  quando convidamos  os pais a se  fazerem presentes no ambiente escolar. No meio disso tudo está a criança que sedenta de saber,  necessita aprender e sentir-se parte do processo. O que fazer então? Atribuir a culpa aos pais e livrar-nos das responsabilidades  ou encarar o problema de  frente?
(Editado por Abgail Freitas - segunda, 12 abril 2010, 10:40)
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Re: Indisciplina:quem são os culpados?
por Joana Sousa - segunda, 12 abril 2010, 11:31
Este é um questionamento bastante pertinente, pois a indisciplina aflige e desafia a todos os envolvidos no processo educacional. Acredito que fazer um jogo de empurra empurra, não resolverá o problema, pelo contrário, acarretará em situações ainda mais agravantes. Portanto, nós enquanto educadores devemos  assumir esse compromisso de frente, buscando alternativas, pesquisando, estudando, reafirmando a parceria  escola-família, sem no entanto ficar buscando culpados, mas direcionando ações que busquem resolver os problemas, dessa forma fica mais viável entender que o problema não é de alguns mas sim de todos.   
Natal em Palmas TO
Re: Indisciplina:quem são os culpados?
por Ruthel Miranda - segunda, 12 abril 2010, 12:40
Cara Francinete,
Estamos vivenciando com frequencia essas dificuldades na Escola de Tempo Integral Paulo Freire e esse problema tem sido mais intensivo aqui pra nós, justamente porque trabalhamos integralmente o que para muitos alunos se torna desmotivador, devido eles terem perdidos semanalmente um turno que lhes eram destinados as brincadeiras de ruas, vídeo games, tv, cyber etc.  Responder a sua pergunta é um tanto complicada, pois não adianta somente  afirmar que vamos encarar o problema de frente se não estivermos preparados e comprometidos com tal desafio, portanto, cabe a nós descobrirmos meios para motivá-los, como também realizarmos trabalhos sociais com as famílias , pois, como já sabemos ,  o problema disciplinar é, frequentemente, repercussão dos conflitos da família e do meio social envolvente.
 
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Re: Indisciplina:quem são os culpados?
por Marcilene Pereira de Sousa - segunda, 12 abril 2010, 16:43
Francinete;
     O fenômeno indisciplina  é uns dos problemas que estamos enfrentando na escola de Tempo Integral, e que traz grandes preocupações, pois sabemos que a mesma afeta significativamenta a aprendizagem,pois como bem disse a diretora Ruthel,  a maioria dos alunos estavam abituados a uma rotina completamente diferente,e agora estão se adaptando a uma nova realidade, e os reflexos dessa mudança estão surgindo de forma indisciplinar.
    Porém, observamos que alcançamos êxitos com alguns alunos,no entanto  precisamos encarar o problema de frente, pesquisando, buscando alternativas e agindo coletivamente como disse a coodenadora Joana.pois acredito que a indisciplina não é um problema que poderá ser resolvido de forma isolada, somente abrangendo a esfera escolar. Faz-se necessário uma aproximação maior entre a escola, a família e as esferas públicas, como o conselho tutelar, as promotorias de infância e de adolescência, visando um trabalho integrado, não apenas discutindo as dificuldades existentes no contexto escolar, mas com a inserção desses novos olhares, possibilitar uma ressignificação das formas e modelos de intervenção nesse contexto.
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Re: Indisciplina:quem são os culpados?
por Sandilea Macedo - terça, 13 abril 2010, 10:31
A indisciplina, é um problema vivido por todos os educadores. Surge daí um questionamento: Indisciplinado por quê? Família? Amigos? e entra a escola com tanta responsabilidade sobre a cultura trazida pelo aluno. São muito questionamentos, mas só poderão ser amenizados se houver uma parceria entre família, escola. Não pode haver responsáveis, tem que haver soluções, e essas não se consegue sem parcerias.
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Re: Indisciplina:quem são os culpados?
por Eliete Araújo - terça, 13 abril 2010, 17:22
Acredito que há crianças na Escola de Tempo Integral que tenham perfil de hiperatividade. Isto é algo que precisa ser estudado e analisado. em muitos momento confudimos indisciplina com hiperatividade e as crianças que tem este transtorno não são compreendidas e terminamos não sabendo como lidar com elas. 
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Re: Indisciplina:quem são os culpados?
por Dilma da Silva - terça, 13 abril 2010, 16:38
É Fran,
Realmente a indisciplina é uma das causas mais apontadas pelos professores para o fracasso escolar, mas acredito que a partir do momento em que aceitamos o desafio e a responsabilidade na educação, estamos assumindo também esta grande responsabilidade e cabe - nos prepararmos para não ficarmos culpando quem quer que seja. Cada um fazendo sua parte, tenho certeza de que o problema será resolvido.
Nossa responsabilidade enquanto educadores, é arregaçar as mangas e ir à luta, o que não dá é pra ficar de braços cruzados procurando o culpado.
 
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Re: Indisciplina:quem são os culpados?
por Luiza Bezerra - terça, 13 abril 2010, 21:48
Caras colegas, tentar descobrir culpados pela indisciplina dos nossos alunos acredito que não vai nos ajudar muito. Somos conscientes de que com a indisciplina virão outros grandes problemas como por exemplo: a falta de motivação, dificuldade  de concentração e consequentemente o pior de todos a falta de aprendizagem. Mas devemos acreditar que se estudarmos muito, pesquisarmos e elaborarmos com afinco, e se conhecermos a história de vida de nossos alunos e juntos família - escola poderemos superar essa grandiosa dificuldade.  
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Re: Indisciplina:quem são os culpados?
por Lucélia Neves dos Santos - quarta, 14 abril 2010, 12:50
Para trabalhar o problema da indisciplina, devemos encarar de frente a situação, como sugere a colega Abgail em seu texto...deve-se pensar nas partes envolvidas, professor, estudante e família, para elaborar um plano multidisciplinar de ações que de forma efetiva resolvam as dificuldades de aprendizagem procedente da indisciplina. 
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Re: Indisciplina:quem são os culpados?
por Eva Rodrigues - domingo, 2 maio 2010, 14:30
Prezada francinete,
As causas  para o aumento da indisciplina na escola  se situam  em diferentes níveis como por exemplo:   as diferentes culturas dos alunos e dos próprios professores,  julgamento negativo,  diferenças entre os valores da sociedade  , a perda do sentido da regra  e da obrigação etc.  Entretanto,  a conduta democrática  supõe valores tais como  a coerência  ética, o espírito crítico,  o rigor argumentativo, a colaboração solidária e a crítica construtiva.  Portanto, educar  para a democraciaa  supõe que as escolas se transformem   em lugares  de vida  onde predomine a atitude democrática . Mas a democracia não deve ser imposta, e sim reinventada  e praticada pelos educadores e educandos. Enfim, acredito muito no diálogo  e condeno a imposição e o autoritarismo.
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Re: Indisciplina:quem são os culpados?
por Zuleide Bandeira - terça, 4 maio 2010, 09:36
       Tais enfoques a respeito da indisciplina requerem busca constante de estratégias para conseguirmos construir uma disciplina por convicção, desse modo investigar as causas nos momentos de estudos, para então buscar construir algumas alternativas para lidar com o problema.
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Re: Indisciplina:quem são os culpados?
por EGITO IVANEIDE - sábado, 15 maio 2010, 15:10
Como todos ja disseram precisamos parar com o jogo do "empurra-empurra" , isso além de nada resolver só contribui ainda mais para o agravamento dessa problemática tão presente em nosso ambito escolar, que além de desgastar relacionamentos prejudica o bom andamento do processo da aprendizagem como anteriormente dito por Luiza. Não adianta travarmos belos discursos se não colocarmos na prática ( disso a educação está cheia). Então, acredito que a escola é capaz de transformar o cidadão, desde que agimos com pé no chão, sem hipocrisia, todos dando as mãos e se vendo co-responsaveis.!!! e além de tudo isso precisamos "ouvir" mais os alunos, conversar melhor com eles, e estudar sempre. Em contra-partida é necessário que os governantes voltem-se para a escola e que façam da mesma um espaço privilegiado de troca de experiencia de saberes. Para isso nossas escolas além de ter profissionais qualificados, precisa estar mais aparelhada, que saia do quadro-giz e parta para ambiente de debate, pesquisa e além disso ser tecnologicamente avançada. Mas enquanto não vem o que fazer? A nossa parte !! Se já a fizermos estaremos dando grandes contribuições para a resolução de problemas. Deixar de discursos e ir à praxis. !!!
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Re: Indisciplina:quem são os culpados?
por Josilene Estrela Guimarães - sábado, 15 maio 2010, 17:38
Cara colega Ivaneide.
Concordo plenamente com as suas colocações. Nada adianta ficarmos na teoria é preciso partir para a prática,  estabelecendo relacionamento saudável com o educando. E, isso implica aprender a administrar uma sala de aula, estabelecer o diálogo; saber resolver situações mal entendidas. Sobretudo,  potencializar a interação e abrir espaço para a aprendizagem. Ao invés de buscarmos os "culpados" é importante entender que indisciplina é um sintoma de algo que não está agradando o aluno. No entanto, faz-se necessário compreender o ocorrido e buscar soluções pois, as consequências dizem respeito a todos os envolvidos no processo de aprendizagem.

Re: Indisciplina:quem são os culpados?
por EGITO IVANEIDE - sexta, 21 maio 2010, 11:27
Muito bem Josilene, você completou meu pensamento.!!!! A responsabilidade é DE TODOS!!! E o que vemos em muitas escolas? Professores achando que a dirção deve resolver o problema , e a direção dizendo que o professor é quem deve resolver a situação. Além dos professores, TODOS os que estão no ambito escolar precisam estudar.!! E além disso colocar na prática.!!!

Ser professor é saber ensinar?

Por: Helio Valerio da Silva

helio_v_silva@hotmail.com

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A cada dia há uma nova aprendizagem em nossa vida. Ao ensinar a gente aprende e, com essa aprendizagem, a gente ensina melhor. Isso sempre se transforma num círculo contínuo e, o melhor, produtivo.
Nas diversas faculdades da vida aprende-se que o aluno vem até o professor no intuito de aprender e que o professor deve estar preparado para ensinar. Lá nos ensinam a seguir teorias das mais diversas, testadas ou não, aprovadas ou não, quem sabe? Mas todas elas trazidas de lugares dos mais diversos, de realidades diferente da nossa, onde os valores sócio-culturais, políticos, religiosos e os costumes não têm nada a ver com o nosso dia-a-dia. Sem perceber, muitas vezes utilizamos essa prática nefasta que anula ou, ao menos, confunde o conhecimento prévio do aluno. Ensinamos ao nosso aluno faminto a escrever “lasanha” e o pobre nem enche a boca de água, porque muitas vezes nem sabe o que é. Ensinamos, no bê-á-bá, o "a" de ameixa, o "b" de bola, "c" de caqui, "d" de... Danou-se! E o "f" de fada? Será que o professor acredita em contos de fada? Quando e onde esses pobres alunos viram uma ameixa, um caqui... Tem professor que ousa ensinar o "c" de caviá sem nem ele saber sequer de onde vem e muito menos o que é. Não seria mais fácil ensinar o "a" de abóbora, (o b de bola ainda vá lá), o "c" de caju, o "d" de dedo, o "e" de escola, "f" de família (está mais presente na vida deles do que o feijão e a fada, ainda que desestruturada). Não seria mais interessante um ensino regionalizado onde se valoriza o que o aluno conhece e está presente no seu cotidiano?
E se a aprendizagem deve acontecer naturalmente, sem imposições nem ritmo pré-estabelecido, por que não valorizar o conhecimento prévio desse aluno?
Não seria mais simples para o professor ensinar que lápis se escreve com l do que “o l de lasanha?” A não ser que eles (professor e alunos) levem os ingredientes e a receita e, juntos, com objetivos claros, bem definidos, botem, literalmente, a mão na massa e preparem uma. Isso daria uma aula e tanto. Usaria a matemática até na hora da degustação (seria necessário o milagre da multiplicação da lasanha, da adição ou subtração de algum ingrediente ou da divisão em partes iguais?). São nesses momentos que a interação professor-aluno deve tomar proporções gigantescas, uma vez que, assim, o professor pode demonstrar afetividade e respeito, mostrando ao aluno que, apesar de ser o professor, existe entre eles algo que os torna iguais: a condição humana de inacabados e em constante transformação.
Reconhecer esse fator é importante. Não dá para planejar uma aula sem se por nos dois lugares: o do professor e o do aluno. No mínimo se faz necessário que o professor se preocupe com o ponto de vista do aluno, com o seu conhecimento prévio e reconheça as suas limitações. Não se pode planejar uma aula de uma hora sem que se deixe espaço para as interações, para a exposição dos pontos de vista dos alunos, ainda que para muitos o exposto não faça sentido, deve-se ouvir e compreender que, se para o professor não faz sentido, talvez para esse aluno falte apenas um detalhe: a correção ou orientação do professor. Além disso, professor tem que ser psicoterapeuta. Deve saber cuidar do lado emocional do aluno, com sensibilidade, carinho e paciência. Faz-se necessário que ele tenha o mínimo de conhecimento psicológico para enfrentar seu ofício em sala de aula. Um dia um aluno lhe vem com um problema pessoal, outro com um problema de saúde, de relacionamento, financeiro (...) e o professor precisa estar preparado para enfrentar esses problemas. Ele é, muitas das vezes, a única pessoa que o aluno tem para se abrir, com quem imagina contar e esse professor não pode decepcioná-lo. Aconselhável é, nesses momentos, o uso da PEDAGOGIA DO AMOR, pois só a demonstração de afeto, carinho e respeito do professor, pode fazer o aluno sentir-se importante e capaz de transpor essas barreiras.
O verdadeiro professor é aquele que ajuda ao aluno a encontrar as respostas sem em nenhum momento mostrar onde essa resposta está. Deve ser criativo e capaz de ver no limão azedo a possibilidade de fazer uma limonada.
É importante saber que, dentro de sala e fora dela, o professor é alguém em quem o aluno se espelha, uma vez que este é (ou deveria ser) o seu mais concreto exemplo de sabedoria, de caráter e, por que não, de heroísmo. Exemplo disso é que toda criança um dia brinca de escolinha e todos eles sempre querem ser o professor. Quando a disputa acontece, sempre acaba nessa posição o mais velho, o maior da turma, alguém de destaque e desenvoltura. Isso não é uma forma de respeito? Por que será que eles nunca deixam esse posto para o mais bobo? Isso provoca uma série de indagações.